quarta-feira, 3 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Teresa Guilherme canta vitória
02.10.2012
Teresa Guilherme
Numa mensagem colocada no Facebook, Teresa sublinha que a gala de domingo do seu “reality show” teve 16, 1 por cento de audiência média (cerca de 1 milhão e meio de espetadores), contra apenas 6,2 por cento de “Toca a Mexer” (589 mil espetadores). E comenta:
“Grandes resultados do programa de ontem!!! Mais um milhão de espectadores do que os gordinhos. Que bom! :)”, escreveu a apresentadora.
Aguarda-se, agora, um contra-ataque de Júlia Pinheiro, diretora da SIC, que tem andado envolvida numa animada troca de galhardetes com Teresa Guilherme…
A ARQUITETURA E O DESIGN ESTÃO A REINVENTAR A CORTIÇA PORTUGUESA
O Pavilhão de Portugal na Expo 2010 de Xangai foi todo revestido a cortiça
(Aly Song/Reuters)
Não se pode dizer que o
mundo da arquitetura e do design tenha descoberto agora a cortiça
portuguesa porque não seria verdade. Basta para isso lembrar o sucesso
do Pavilhão de Portugal na Expo 2010, em Xangai, todo revestido a
cortiça, ou os produtos portugueses que há muito chegaram à loja do
MoMA, o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque. Mas se em 2010 a cortiça
era especialmente usada por portugueses, em 2012 parece ser a aposta de
artistas e arquitetos de todo o mundo.
Depois de ter sido o material escolhido pela dupla de
arquitetos Herzog & de Meuron com o artista Ai Weiwei para o
pavilhão de verão deste ano da Serpentine Gallery, em Londres, e de ter
sido o motivo de um concurso de design do Vitra Design Museum, não será
de estranhar se a partir de agora começarmos a ver a cortiça cada vez
mais associada a projetos internacionais.
Com esta aposta surgem novas aplicações do material.
Começou como uma tendência para as peças de mobiliário e decoração, como
mesas, cómodas e cadeiras, mas hoje já tudo, ou quase tudo, é possível.
Candeeiros, roupa e calçado, acessórios de moda como colares, pulseiras
e cintos, auscultadores e colunas, malas, guarda-chuvas, cadernos. A
lista do que já existe é longa mas a das possibilidades parece ser ainda
maior, como se comprovou no concurso de verão do museu alemão Vitra
Design Museum que, em parceria com o Domaine de Boisbuchet e a
Corticeira Amorim (CA), desafiou jovens designers de todo o mundo a
conceberem novas aplicações de cortiça. A resposta foi massiva e das 367
propostas destacou-se a de Ana Loskiewicz, designer polaca que venceu o
concurso com uma colmeia de cortiça pensada para os grandes centros
urbanos.
"Fiquei surpreendida com as possibilidades da
cortiça, que além de ser um material realmente bonito é muito fácil de
trabalhar", diz ao PÚBLICO a jovem polaca, que venceu o prémio no valor
de dez mil euros e que ajudará a tornar a sua ideia num projeto
comercializável. "Este é um projeto complicado, ainda é preciso fazer
alguns testes, perceber como se dão as abelhas com esta colmeia, e
provavelmente fazer algumas melhorias, mas é claro que o objetivo é que
seja produzido em grande escala", explica a designer, que quer continuar
a trabalhar com a cortiça. "É incrível como quase não há desperdício no
processo de produção, além de ser um material que mostra como as
pessoas podem usar a natureza de uma forma equilibrada e sustentável."
A sustentabilidade é, aliás, o argumento mais
utilizado por Carlos Jesus, diretor de Marketing e Comunicação da CA e
membro do júri que premiou Ana Loskiewicz. "A cortiça tem algo que o
design e a arquitetura precisam, é um produto inovador que comporta
sustentabilidade para as obras dos seus criadores e é por isso que vamos
ver cada vez mais projetos com este material", diz ao PÚBLICO Carlos
Jesus, que garante que "isto não é uma questão de moda". "É resultado de
um longo trabalho de educação", explica, defendendo que num momento em
que a preocupação ambiental é cada vez mais importante, a escolha dos
materiais tem de ser mais cuidada.
Projetos de todo o mundo
É por isso que, diz, concursos como o que do Vitra
Design Museum são uma montra de possibilidades, uma prova de como a arte
se consegue tão bem reinventar. "O que vimos por lá foi incrível, não
foi fácil decidir porque tivemos propostas de todos os tipos, o que dá
uma ideia da abrangência da cortiça, da diversidade de mercados que pode
atingir", conta Carlos Jesus.
Essa abrangência é notória nas menções honrosas: uns
headphones, uma geleira, uma tomada elétrica, uma linha de cadeiras, e
tecido de cortiça. "E mais poderiam estar nesta lista, a verdade é que
estamos a olhar para vários projetos que vimos neste concurso e que têm
muito potencial", revela o responsável, explicando que algumas das
ideias estão a ser estudadas para chegarem ao mercado nos próximos
tempos. "Pela sua qualidade e interesse, alguns projetos vão ser
comercializados porque há de certeza mercado para isso", garante.
Mas para Carlos Jesus o mais surpreendente do
concurso foi mesmo a quantidade de candidaturas de países tão distintos
como o Irão, o Japão, a Nova Zelândia, o Brasil, a Grécia ou os Estados
Unidos. Portugal foi dos países com mais propostas, ao lado de Espanha.
"Isto demonstra o potencial e o interesse dos artistas pela cortiça, é
que mesmo aqueles que não têm uma tradição com este material conseguiram
agarrá-lo."Não será, no entanto, por acaso que nos últimos tempos a
cortiça se tornou a nova coqueluche da arte. Quando, em 2010, Xangai
recebeu a Expo, o Pavilhão de Portugal foi um dos que mais deu que
falar. O motivo? A sua arquitetura e o material usado. "O pavilhão, todo
revestido com cortiça, foi um dos mais visitados e acabou premiado, e
convenhamos que numa Expo como aquela Portugal não era o destaque", diz
Carlos Jesus, lembrando que os visitantes chegavam até a tirar pedaços
do edifício como recordação.
"Será por acaso que dois anos depois do sucesso na
China, um artista chinês [Ai Weiwei] escolheu a cortiça para o seu
projeto na Serpentine? É coincidência? Nunca saberemos, porque este é um
impacto difícil de medir, mas a verdade é que estamos a crescer",
assegura. Esta utilidade da cortiça não foi descoberta agora. O que está
a acontecer, diz, é que a estamos a descobrir novamente. "Estamos a
recuperar algo que Frank Loyd Wright já utilizava nos anos 1930. Parece é
que depois o mundo se esqueceu e a modernidade passou a ser o plástico.
Felizmente, estamos a voltar para a cortiça e a renovar a sua
utilidade."
Carlos Jesus garante que também não é por acaso que a
Corticeira Amorim tem apoiado todas estas iniciativas, assumindo que a
empresa quer estar do lado do design e da arquitetura. "São duas áreas
muito importantes para nós e nas quais queremos continuar a apostar."
É, por isso, provável que mais projetos sejam
anunciados em breve. "Há uma série de projetos com designers e
arquitetos de renome internacional em que estamos a trabalhar."
por Cláudia Carvalho, in jornal Público | 02 de outubro de 2012
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